A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), presidida pela vereadora Maria Celeste (PT), ouviu, na tarde desta terça-feira (26/4), a Brigada Militar sobre ações da corporação realizadas no final do mês de março nas dependências da Escola Municipal Gabriel Obino, situada no bairro Cascata, que culminaram com disparos a um foragido da Fase, o que causou grande pânico na comunidade escolar.
O tenente-coronel Clóvis Reis da Silva Junior, comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, esclareceu que a Brigada Militar, dentro do princípio da transparência, determinou a abertura de uma sindicância para apurar os fatos e se houve excessos. Afirmou que o relatório com as conclusões será encaminhado à Cedecondh. Adiantou que, pelas informações recebidas dos policiais, tudo começou com um assalto a um brigadiano à paisana no bairro Petrópolis, seguido de uma perseguição por viaturas discretas. Posteriormente, os policiais seguiram a pé, chegando até as dependências da escola, onde o foragido, menor de idade, teria disparado o primeiro tiro, sendo revidado pelos policiais que o perseguiam e que teriam efetuado mais de 30 tiros. Um dos projéteis atingiu o jovem infrator no braço. Relatou, ainda, que o foragido estava com um revólver e uma pistola e que possuía uma série de outros crimes. Reconheceu o risco da operação, mas classificou de positiva a ação. Lamentou a necessidade do uso da força, pois segundo ele, a prioridade são as ações de prevenção. Afirmou, ainda, que a Brigada Militar não tem condições de destacar um soldado para cada escola.
O tenente-coronel Reis esteve acompanhado do major Pacheco, responsável pelo policiamento daquela região e pelo major Paulo César Franquilin Pereira, da Assessoria de Direitos Humanos da Brigada Militar. A Secretária Municipal da Educação, Cleci Jurah, disse que foi surpreendida pelo fato, pois tratava-se de uma ação de risco. Salientou, no entanto, que todas as demandas encaminhadas pelo órgão junto à Brigada Militar têm sido atendidas. Destacou que a Smed quer estreitar relações com a Brigada Militar voltados à prevenção.
A diretora da escola Gabriel Obino, Catia Simon, observou que mesmo tratando-se de um caso emergencial, a escola deveria ter sido avisada. Já o presidente da Associação dos Moradores do Jardim Marabá, César Silveira, queixou-se da forma truculenta com que agem alguns policiais na abordagem a pessoas da comunidade. Foi aconselhado pelos representantes da Brigada Militar a encaminhar denúncia junto à Corregedoria ou Ouvidoria da corporação para que os fatos sejam investigados.
O vereador Mário Fraga (PDT) lamentou o incidente, mas elogiou a forma instantânea como a Brigada Militar tem respondido aos chamados na zona sul, principalmente as demandas do Conselho Tutelar. O vereador Toni Proença (PPS) sugeriu que a comissão apresente um projeto de lei instituindo o Conselho Escolar de Segurança. A presidente Maria Celeste (PT) disse que a sugestão será analisada conjuntamente com o Executivo para analisar a sua viabilidade, assim como um trabalho integrado com a Secretaria municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana.
fotos: Sd Dominguez (ADH)
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